Amigos como Zeca Pagodinho, Neguinho da Beija-Flor e Jorge Aragão foram ao velório que teve roda de samba da Velha Guarda. Despedidas vão até às 13h deste domingo. Enterro será no Cemitério de Inhaúma, às 15h.
O corpo do cantor e compositor Almir
Guineto é velado na quadra do Salgueiro, na Tijuca, Zona Norte do Rio,
desde às 15h deste sábado (6).
Coroas de flores de amigos do mundo do samba e da família foram
colocadas na quadra. Além disso, o velório contou com fundo musical com
composições de Almir Guineto. No início da noite, a Velha Guarda do
Salgueiro deu início a uma roda de samba em homenagem ao compositor.
A viúva do cantor, Regina Caetano, também esteve presente na quadra do
Salgueiro para as despedidas ao marido. No espaço reservado para o
velório foi colocado um quadro que retrata o cantor tocando banjo. Junto
ao caixão, as bandeiras do Salgueiro e do bloco Cacique de Ramos,
paixões do sambista.
Até o início da tarde de domingo Almir Guineto recebe homenagens de
amigos e parentes na quadra da escola. Em seguida, o corpo será levado
para o Cemitério de Inhaúma, também na Zona Norte onde o enterro
acontecerá às 15h.
(Foto: Felipe Grandim/G1)
Os cantores Zeca Pagodinho e Jorge Aragão chegaram ao Salgueiro no
início do velório e prestaram condolências à família. Eles se reuniram
com Almirzinho, filho de Almir Guineto.
Emocionado, Almirzinho disse ao G1 que o pai já não está presente fisicamente, mas estará sempre espiritualmente. Ele disse que esse é um momento doloroso, mas sabe que vai passar.
"Meu pai foi um mestre. Ajudou muita gente. Ele estará presente
sempre. Ele está vendo tudo. Ele conseguiu fazer com que sua obra se
eternizasse. Toda vez que você ouvir um samba de Almir Guineto, você
estará com ele", disse.
Zeca Pagodinho relembrou os encontros com o amigo Almir Guineto, sempre com muita música.
"Parceiros, amigos companheiros de bar, de noitada. E sempre uma
alegria. Uma história muito grande. Ele vai com Deus, é uma pena, mas a
vida é assim."
O cantor Jorge Aragão também falou sobre o sucesso com Guineto e o sobre o Grupo Fundo de Quintal.
"O fundo de quintal não foi um grupo para fazer show e ganhar dinheiro. Eram nossas reuniões. Ele me ensinou que eu poderia ousar. Nunca imaginei que poderia ficar o cavaquinho com afinação do violão. Não foi nada projetado e nada planejado, mas foi muito bom e continua sendo pra mim que ainda estou aqui. Só vim aqui dizer um até logo, até breve."
Viúva de Almir Guineto no velório no Salgueiro neste sábado (6)
(Foto: Felipe Grandim/G1)
Neguinho da Beija-Flor chegou ao velório por volta das 19h para prestar sua homenagem ao amigo.
Neguinho da Beija-Flor foi se despedir de Almir Guineto
(Foto: Felipe Grandim/G1)
O sambista morreu, aos 70 anos, na
manhã desta sexta-feira (5) no Rio após complicações de problemas
renais crônicos e diabetes. Um dos fundadores do Fundo de Quintal, ele
estava em tratamento no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
A família do cantor agradeceu pelas orações e o carinho de todos os fãs e admiradores através de uma rede social.
Nos últimos 15 meses, Almir Guineto lutava contra problemas renais
crônicos, o que o impossibilitou de assumir compromissos em shows e
apresentações.
(Foto: Nem de Tal/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Durante a edição desta sexta-feira do programa Estúdio I, da GloboNews,
Ubirany, amigo, antigo parceiro de samba e integrante do Fundo de
Quintal, lamentou a morte de Almir Guineto.
"É um momento de muita tristeza para todos nós. Uma perda grande demais
para o mundo do samba. O Almir nos deixou um legado imenso de
composições. De certa forma, acho que agora ele pôde descansar. Os
últimos meses foram de muito sofrimento".
O sambista e compositor Almir Guineto canta durante festa de 80 anos da escola de samba paulistana Vai-Vai no sambódromo do Anhembi, em São Paulo, em janeiro de 2010
(Foto: Ale Cabral/Futura Press/Arquivo)
Biografia
Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na Zona Norte do Rio, Almir
Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia
vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era
violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de
Souza, conhecida como "Dona Fia", era costureira e uma das principais
figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra,
conhecido como Chiquinho, foi um dos fundadores dos "Originais do
Samba".
Na década de 1970, Almir já era mestre de bateria e um dos diretores da
Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que freqüentavam o
Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, Almir inovou o samba
ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento
híbrido foi adotado por vários grupos de samba.
FONTE: G1 DO RIO DE JANEIRO
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