A notícia de que o prefeito Marcelo Crivella planeja cortar à metade a
verba concedida às escolas de samba do Grupo Especial, a partir do
carnaval de 2018, deixou o setor de turismo em alerta. A presidente da
Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro
(ABAV-RJ), Cristina Fritsch, questiona se a atitude do prefeito está
ligada à intolerância religiosa.
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Como se não bastasse o prefeito não ter comparecido à entrega das
chaves da cidade para o Rei Momo neste carnaval, um insulto para a toda
população, já que é uma cerimônia tradicional e não se trata de gostar
ou não de carnaval, agora decide cortar em 50% a verba destinada às
escolas de samba, que são as grandes responsáveis pelo Carnaval. Fica a
dúvida se a motivação é por convicções religiosas ou se ele desconhece a
receita que este evento gera para a cidade – ressaltou Cristina
Fritsch.
A dirigente acrescenta ainda que essa medida está gerando um enorme
prejuízo para o turismo e para a Cidade, pois é neste período que as
empresas programam as suas ações de incentivo e marketing para o
carnaval seguinte.
– Com toda esta indefinição está tudo parado e as nossas agências não
estão conseguindo fechar os seus grupos para o carnaval de 2018.
Eventos de grande porte são fechados com grande antecedência – frisou a
presidente da ABAV-RJ.
Segundo a Riotur, o carnaval deste ano gerou R$ 3 bilhões em receita
para a cidade, um retorno imensamente superior aos R$ 55 milhões
investidos pela Prefeitura, sem mencionar a geração de empregos e a
arrecadação de impostos.
– Estamos falando de um festejo que impacta positivamente o turismo
do País inteiro e que é imprescindível para o alcance de metas
financeiras na economia pelo resto do ano. Só no Rio de Janeiro, o
carnaval gera 250 mil novos postos de trabalho. Desprezar o carnaval é
ir contra toda a cidade e seus cidadãos e isso afeta não só o Rio de
Janeiro, mas o Brasil como um todo – enfatizou a presidente da ABAV-RJ.
Vale lembrar que a cadeia produtiva do carnaval envolve diferentes
setores da economia como comidas e bebidas, turismo, varejo e mercado
fonográfico, além de indústrias como audiovisual, música, editorial e
gráfica, entretenimento, vidro, têxtil, madeira, plástico, dentre
outras.
– O que ainda está faltando para enterrar de vez o turismo na nossa
cidade? Durante as eleições o trade esteve com ele e o discurso era de
que o turismo receberia apoio. A Prefeitura está jogando contra. Como
pode um empresário de turismo ou um hoteleiro sobreviver no meio desse
caos e com dirigentes totalmente desinformados da importância que o
turismo tem para o Rio? – finalizou Cristina Fritsch.
FONTE: CARNAVALESCO
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